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Tese PONTO DE VISTA, VOZ NARRATIVA E PRODUÇÃO DE PRESENÇA NO CINEMA, EM CENTRAL, RIFLE E CIDADES FAN

Realizando e estudando filmes, formulei uma hipótese que resultou na tese de Doutorado Ponto de vista, voz narrativa e produção de presença no cinema, em Central, Rifle e Cidades fantasmas, defendida em dezembro de 2019, na Universidade Anhembi Morumbi, sob orientação Dra. Laura Loguércio Canepa, em São Paulo. Curso que fiz com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES).


Resumo da tese (ainda não publicada):


O manejo da voz narrativa e dos pontos de vista em cinema posiciona e compromete o espectador na trama, o que potencializa os efeitos de produção de presença, tais como as ambiências, os subtextos, o fluxo e outras qualidades dos filmes, conforme minha análise de Rifle (Davi Pretto, 2016), Central (Tatiana Sager, 2016) e Cidades fantasmas (Tyrell Spencer, 2017). Na investigação, compreendo narrativas como modos de contar histórias que levam o público/leitor/espectador a acompanhar a apresentação e a trama, o que pode ser chamado produção de sentido, e, na mesma experiência de leitura/assistência, a vivenciar estados emocionais relacionados mais à descrição do que aos acontecimentos em si, o que pode ser entendido como produção de presença, conforme a leitura que faço de Hans Ulrich Gumbrecht (2010). Para a experiência de proximidade e o sentir-se tocado, em um componente de materialidade necessário à produção de presença, convergem o ponto de vista e a voz narrativa, ou seja, o posicionamento de onde se observa e a perspectiva com que se dão a conhecer os fatos da intriga (Ricoeur, 1994). Em cinema, a produção de presença é reforçada porque há um olhar privilegiado que se aproxima, passeia e observa a cena, sempre a partir de pontos de vista que pressupõem, incluem e posicionam o sujeito que assiste (Xavier, 2003). Conforme a construção narrativa em cinema, o espectador se engaja, é agente e objeto, uma vez que toma parte “dos posicionamentos e efeitos espaciais/temporais do contar” com a câmera (Browne, 2005, p. 249). Assim, percebo que Rifle constrói a vastidão horizontal e o silêncio ventoso dos campos do Sul do ponto de vista de um jovem trabalhador do campo que tem uma espécie de surto violento em reação a transformações ameaçadoras. Em Central, a potência cinematográfica está no modo presente e vivo como se transforma o discurso de conteúdo, pois, mais do que compreendido, o drama carcerário é sentido pelo espectador como percepções a partir de olhares internos ao presídio de Porto Alegre. Em Cidades fantasmas, a condução da narrativa se dá pelas memórias de sobreviventes, registradas em visitas às ruínas de antigos lares atingidos por diferentes tragédias. Concluo que Central, Rifle e Cidades fantasmas apresentam estratégias narrativas audiovisuais que posicionam o olhar do espectador no interior das cenas, o que promove a identificação com personagens, situações e ambientes, como fatores que favorecem a produção de presença e a intensidade das experiências estéticas no modo de construção dos filmes.



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